Estava um viajanete perdido no meio da caatinga, de baixo de um sol de pelo menos quarenta graus do sertao da Paraíba, quando avistou lá longe uma casinha de taipa. Morrendo de sede como ele estava, pensou imediatamente que aquela casinha seria sua salvação. Ao chegar na dita casinha bateu palmas e falou :
- O de casa !!
Prontatemente apareceu um garotinho típico da região, barrigudinho, com os olhos remelentos e pimpando calmamento o nariz com o dedo.
-Sinhô?
-Menino sua mae está em casa?
-Ta nao sinhô!
-Quem está com você? você esta sozinho?
-To sim sinhô, o quequi o sinhô quer?
-estou com muita sede. Da pra você me arrumar um pouco d'agua?
-Da sim sinhô, mas tem "alua"*, o sinhô num que não?
-Bom, se tem "alua" é melhor que água, quero sim.
O menino volta com uma cuia de "alua", a qual é prontamente bebiba pelo sedendo viajante.
-Muito obrigado está muito bom esse "alua".
-Tem mais, o sinhô quer?
-Quero sim, ta tao bom que vou tomar mais um pouco.
Mais uma vez o "alua" é saboreado com satisfação e mais uma vez o menino pergunta :
-Tem mais o sinhô quer?
O Viajante responde:
-Menino, querer eu quero, mais sua mae quando chegar nao vai reclamar de você?
-Vai nao sinhô, tinha um rato morto dentro dele e ela tinha mandado eu jogar fora.
Furiso, o viajante ameaça:
-Seu filho de uma égua, vou quebrar essa cuia na sua cabeça.
-Pelo amor de Deus moço num quebre nao que essa é a cuia de minha de minha mae mijar.
uhASHAusaUSHAushaSUAhsuaSHAushaUSAHsua
*Alua é uma bebiba feita com infusao das cascas de abacaxi.
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